ESCOLA – RECUSA EM IR, NECESSIDADES DA CRIANÇA COM ASPERGER, IMPORTÂNCIA E DESAFIOS DE UMA INCLUSÃO EFICAZ

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Começamos este artigo com o seguinte trecho do livro THE COMPLETE GUIDE TO ASPERGER’S SYNDROME, de Tony Attwood, p. 151, intitulado “School refusal” (“Recusa escolar”):

“Crianças típicas (nomenclatura usual para referir-se a crianças sem autismo) podem se recusar a ir para a escola por uma série de razões, incluindo estarem ansiosas, quererem evitar lições específicas, para passearem ou estarem com colegas fora da escola. A recusa em ir para a escola em crianças com Asperger é geralmente por causa de ansiedade. Em crianças mais novas, essa ansiedade pode ser a de separação, em que não querem deixar a companhia da mãe. A criança precisa da presença de um dos pais para se sentir segura e guiada. A sala de aula pode ser um ambiente muito assustador que gera considerável ansiedade. Esta ansiedade pode se manifestar em reações fisiológicas genuínas como náusea, dores de cabeça ou problemas intestinais/urinários.

Mais tarde durante a infância, o contraste entre a realidade em casa e na escola, dificuldades acadêmicas ou sociais, o medo de sofrer bullying e um sentimento de sobrecarga pelas experiências em sala de aula e áreas coletivas de brincar (pátios e parques) podem levar a uma reação fóbica da escola.

Por isso, levar em conta as necessidades específicas de crianças no espectro e promover adaptações no ambiente escolar pode fazer uma grande diferença na vida dessas crianças, não só no âmbito escolar, mas também no pessoal e social”. (Attwood, 2015)

Tradução: Audrey Bueno; grifos do tradutor.

 

Necessidades específicas da criança com Asperger

Um dos fatores que mais promovem a ansiedade em crianças no espectro do autismo é a hiperestimulação sensorial.

 

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Estas crianças geralmente apresentam hipersensibilidade dos 5 sentidos. Desse modo, barulhos, cheiros, contato físico, iluminação do ambiente, temperatura e certos alimentos podem ser fatores que apresentem considerável dificuldade para a criança em lidar.

Exemplos mais específicos dos agentes estressores sensoriais acima citados incluem:

  • Barulhos (audição): gritaria das crianças quando brincam, excesso de conversa no ambiente, tom de voz elevado do professor, cadeiras arrastando, portas batendo, obras (marteladas, furadeira, etc.), aulas com música, apresentações em datas comemorativas, brinquedos que emitam som alto ou até mesmo o barulho emitido por algumas lâmpadas.
  • Cheiros (olfato): o perfume que alguém esteja usando, o produto de limpeza utilizado na sala, lixo, tintas, certos materiais que emitam odor, incluindo outros cheiros mais sutis que a maioria das pessoas pode nem perceber.
  • Contato físico (toque): abraços (jamais se deve apertar a criança!), esbarrar, pegar pela mão, contato físico em brincadeiras ou educação física.
  • Percepção visual (visão): iluminação excessiva do ambiente, lousa ou folhas de atividades pedagógicas com muitos itens juntos (poluídas visualmente), cores muito vivas (o professor usando uma blusa verde fluorescente, por exemplo), um painel de sala repleto de papéis.
  • Alimentação (paladar): certos sabores e texturas dos alimentos, temperatura da comida, sem esquecer que os alimentos também têm cheiro e apresentação visual.

Não é comum que a criança no espectro apresente hipersensibilidade em todos os 5 sentidos. O mais frequente é isso ocorra em somente 1 ou 2 categorias. Meninos têm maior propensão a sensibilidades do paladar.

Além das sensibilidades sensoriais, outros fatores também precisam ser observados, tais como o excesso de interação e expectativa social e a necessidade de manter a atenção na aula ou em outras atividades externas ao seu campo restrito de interesse.

 

Para minimizar o impacto dessas dificuldades, algumas acomodações podem ser adotadas:

  • Intercalar atividades em grupo com atividades individuais
  • Sempre que possível (ou necessário), dar à criança a opção de trabalhar individualmente
  • Intercalar atividades pedagógicas dirigidas com atividades livres
  • Evitar pressionar ou cobrar a execução de uma atividade e encontrar recursos de motivação que aumentem as chances da criança querer fazer a atividade por si só (como incluir seu assunto de interesse na atividade)
  • Jamais chamar a atenção do grupo para a criança, perguntando ou dizendo algo a ela publicamente ou pedindo para que se posicione frente à sala para dizer alguma coisa; se o professor perguntar algo, deve ser breve e, ao perceber o embaraço ou dificuldade da criança em responder, deve retirar rapidamente o foco de atenção de cima dela, adotando falas do tipo: “Não precisa responder agora, você pode pensar à vontade enquanto ouvimos o próximo colega…” E dar sequência sem ficar voltando na criança. Uma boa ideia quando se tem crianças com Asperger – ou mesmo crianças que sejam apenas tímidas – em sala de aula, é adotar uma postura de espontaneidade e flexibilidade, do tipo “Responda quem quiser, não é obrigatório”. Essa postura valoriza o ser humano em primeiro lugar, e não o resultado.
  • Um recurso escolar que costuma funcionar bem com crianças com Asperger é deixar a atividade à vista na mesa, dizendo à criança que haverá algum tipo de recompensa pela execução da mesma (essa recompensa deverá ser sempre algo concreto e já previamente informado, e nunca uma “surpresa”), e esperar que ela demonstre interesse por iniciativa própria em fazer a atividade; é como jogar um pedacinho de pão e esperar o passarinho vir buscar: se tentarmos dar o pão no bico do passarinho, ele voa assustado. Essa analogia é perfeita para crianças com Asperger.
  • Usar palavras relacionadas à motivação pessoal da criança. Por exemplo, se algo pelo qual ela se interessa é a figura do Mickey, então pode-se tentar incluir desenhos do Mickey nas atividades ou usar palavras relacionadas a isso, ou seja, em vez de dizer “Vamos contar até 10?”, pode-se dizer “Vamos ajudar o Mickey a contar até 10?” ou ainda “Quantos Mickeys a gente tem aqui?” Essa estratégia pode ser muito útil com crianças com déficit de atenção também. Para saber mais sobre quais palavras de interesse podem ser usadas, é importante que o professor pergunte aos pais da criança.
  • Dispensar a criança de atividades que envolvam barulho, aglomeração de pessoas ou agito. Geralmente, crianças com Asperger apresentam forte recusa em participar de aulas de Educação Física, apresentações de dança e teatro em datas comemorativas ou festas, em especial as de aniversário ou com gincanas.
  • Pode-se sempre adotar a postura de explicar (ou mostrar) à criança o que vai acontecer, como o evento vai ser (atentando para o nível de barulho, tipo de atividades, número de pessoas), e perguntar a ela se deseja participar ou se prefere ficar em um determinado lugar com determinada pessoa, dando sempre duas opções concretas. Assim, respeita-se as necessidades especiais da criança, ao mesmo tempo em que sempre há abertura para que ela participe, se um dia mudar de ideia. É importante sempre reforçar para a criança que está tudo bem caso ela opte por não participar.

  

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Adaptação e inclusão escolar

A criança com Asperger tende a fixar-se num adulto em especial, geralmente o professor, que funcionará como um substituto para o apoio emocional que tem com seu cuidador principal, geralmente a mãe, com quem se sente segura. Mudanças de professor ou no quadro de pessoal devem ser trabalhadas de forma antecipada e gradual, pois tais ocorrências, que já são difíceis para crianças sem o transtorno, podem ser excessivamente traumáticas e ameaçadoras para a criança com Asperger.

Mudanças no espaço físico, na rotina, falta do professor, muitas crianças juntas, muita agitação ou barulho, bem como alguma atividade no dia anterior que tenha sido motivo de stress,  podem fazer com que a criança passe a demonstrar angústia e recusa em ir para escola. O bullying oferece especial potencial para problemas para crianças com ou sem autismo, mas crianças no espectro tendem sempre a potencializar as angústias.

O horário do recreio, entrada e saída merecem atenção especial, e é altamente recomendável que adaptações sejam feitas para crianças com Asperger em relação a esses momentos, como oferecer a elas um espaço tranquilo e reservado, sem a agitação e barulho dos colegas, onde ela possa passar o recreio, se desejar, entrar e sair alguns minutos mais tarde, ou mesmo ter acesso a uma porta de entrada separada, para evitar a aglomeração típica dos alunos em escadas e corredores nesses horários.

É importante que as pessoas da escola que lidam diretamente com a criança (professores, coordenadores e assistentes) sejam informados das dificuldades que ela possui, para que a criança com Asperger não corra o risco de sofrer represálias ou ser vítima de ações potencialmente prejudiciais à sua frágil dinâmica interna, considerando o alto risco dessas crianças desenvolverem fobias, em especial, fobias sociais e escolares.

Ter um adulto que funcione como uma figura de apoio em quem sinta confiança para recorrer em caso de problemas de qualquer tipo, como um coordenador ou orientador escolar, que esteja sempre presente, sem mudanças anuais como ocorre com os professores, é altamente recomendável. É importante que esse profissional desenvolva um vínculo emocional com a criança.

Em escolas adaptadas para atender as necessidades de crianças com algum grau de autismo, um dos cuidados é que não haja sequer rotatividade de professor ou, ao menos, não nos anos iniciais (até cerca de 5 a 6 anos de idade). Na verdade, esse cuidado na troca de professores nos primeiros anos da criança não é algo unicamente recomendado ao espectro autista, e sim às crianças até 5 anos em geral. Escolas mais sensíveis aos aspectos emocionais e psíquicos das crianças, como é o caso do sistema Waldorf de ensino, já seguem essa teoria e evitam essa rotatividade nos anos iniciais como regra-base para todas as crianças, e não somente para as que apresentem alguma questão especial.

Como essa não é a realidade na grade maioria das escolas tradicionais, o ideal seria ao menos que a mudança de professor não fosse feita todo ano (poderia ser a cada dois anos, por exemplo) ou então que, diante da iminência de mudança do professor, que esta não aconteça com a falta de preparo antecipado comum nessas escolas. Por preparo antecipado, entende-se apresentar o novo professor com antecedência para a criança, promovendo períodos de convívio informal e agradável, antes do início do ano seguinte, para que quando esse professor entre na sala de aula no início do novo ano escolar, já não seja mais um “estranho ameaçador”. Além disso, divide-se a carga de novidades a que a criança estará exposta quando novos anos escolares se iniciam, ou seja, o professor será uma figura de ansiedade a menos para a criança lidar, em meio a tantos novos desafios, como mudanças de rotina, colegas e ambiente, e ainda atuará como a figura conhecida com quem algum vínculo já foi formado e que, portanto, servirá de porto seguro para a criança enquanto enfrenta os novos desafios.

Como crianças com Asperger não têm prejuízos intelectuais ou outros sinais óbvios que justifiquem a necessidade de escola especial, geralmente são matriculadas em escolas regulares, sem qualquer preparo para atender essa população. Porém, sem as adaptações necessárias, muitas delas enfrentam uma infinidade de problemas que podem culminar em inúmeras mudanças de escola, desistência ou fobia escolar. E essa fobia é uma tendência real e bastante documentada na literatura sobre Asperger.

Portanto, é imprescindível que os responsáveis, o médico e/ou psicólogo que acompanham a criança possam entrar em contato com as pessoas que mais frequentemente farão parte do dia a dia escolar, para que um plano de apoio à criança portadora da síndrome de Asperger seja traçado antes do início das aulas. É igualmente importante que a escola seja receptiva às sugestões, principalmente dos pais, que são os que mais conhecem as dificuldades e fragilidades da criança e que, quase sempre, já angariaram boa experiência e informações através de leituras, orientações médicas ou psicológicas advindas dos acompanhamentos especializados que essa criança recebe, se tornando uma rica ponte informativa. Certamente, pais com menor escolarização precisarão de maior amparo dos profissionais – tanto da área da saúde quanto os de apoio pedagógico da instituição de ensino – para estabelecerem esse contato com a escola e para que eles próprios compreendam o quadro de seus filhos, mas pais mais instruídos tendem a ser bons conhecedores da síndrome, não só em relação à manifestação individual em seus filhos, já que cada caso é um caso, mas também quanto à parte técnica do quadro.

Infelizmente, a maioria massiva dos profissionais da educação tende a enxergar as recomendações feitas pelos pais – geralmente a mãe – da criança como exagero e superproteção. Isso não será percebido dessa forma por quem conhece a síndrome, mas como a maioria ainda desconhece o quadro, essa é geralmente a interpretação inicial mais comum. Essa postura escolar é muito perigosa, pois acabam tendo que “esperar para crer”, ou seja, acabam enxergando que os pais tinham razão quanto às orientações oferecidas apenas depois que um problema maior já se instalou e a prevenção que poderia ter sido adotada deu lugar à remediação urgente de um quadro ansioso e fóbico que nem sempre será reversível, podendo comprometer todo o futuro escolar dessa criança.

Um dos pontos mais delicados e importantes de serem observados é a questão do bullying. Os professores, assistentes e direção devem estar atentos para impedir ou interromper quaisquer ações de outros alunos nesse sentido, pois é muito comum que crianças com Asperger sejam vítimas de bullying devido ao seu estilo excêntrico, inabilidade social, sensibilidades e não obviedade de suas dificuldades. Meninos estão em maior risco de sofrer bullying dos colegas, pois meninos são geralmente mais competitivos e agressivos no trato com seus pares, e o menino com Asperger certamente apresentará um funcionamento bastante diverso do perfil típico (não vai gostar de esportes ou brincadeiras brutas, por exemplo).

É preciso estar atento inclusive a professores abusivos ou outros funcionários da escola que, pela impaciência, despreparo ou até mesmo por questões emocionais/psicológicas/temperamentais desse(s) adulto(s), acabem também tratando a criança de modo a desrespeitar suas necessidades especiais e sensibilidades, usando de rispidez, coerção, brincadeiras de ética duvidosa ou imposição, o que também configura bullying.

Crianças no espectro autista têm muita dificuldade em pedir ajuda, especialmente para questões que envolvam sentimento, como dizerem que estão tristes ou com medo. Por isso, mais uma vez, se faz importante a existência de um adulto em quem a criança sinta segurança emocional e a quem possa recorrer sempre que precisar e que esse adulto esteja atento o bastante para os momentos em que a criança precise de ajuda mesmo que não tenha pedido.

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Geralmente, as crianças com Asperger requerem pequenas acomodações em comparação às crianças com necessidades especiais mais acentuadas, como portadores de graus mais severos de autismo ou aqueles que possuam déficit intelectual ou síndrome de Down, por exemplo, e pequenas mudanças certamente lhes renderão grandes benefícios. Embora o tipo de adaptação a ser feita seja relativamente simples, não adotá-las poderá causar problemas bastante sérios, como prejuízo pessoal, emocional e social significativo, além de evasão escolar, como já citado. Tais adaptações, no entanto, tornam-se mais complexas à medida em que envolvem mudanças de padrões, revisão de crenças, capacidade pessoal para observar, perceber, considerar e compreender o diferente, além do interesse genuíno em aprender, qualidades estas nem sempre fáceis de encontrar na população geral, que não diz respeito apenas à pessoa leiga, mas também a alguns dos próprios profissionais da saúde e educação.

As maiores dificuldades que a escola pode encontrar para promover uma adaptação adequada ao aluno com Asperger são:

  • A necessidade de ter um espaço tranquilo e isolado para oferecer à criança.
  • A revisão e alteração de certos padrões culturais que envolvam conceitos já enraizados em nossa sociedade, como, por exemplo, o que é, de fato, socializar, o que é qualidade na socialização e até onde a insistência em socializar deve ir; indo além no exemplo, sabe-se que a criança não está pronta para dividir seus pertences até por volta dos 4 ou 5 anos, mas aos 2 a escola já exige isso da criança, com base em crença popular e não em estudo científico sobre o psiquismo infantil.
  • A forma de expressão e atuação do professor (que não raro inclui tom de voz alto e imponente, postura autoritária e cobrança por resultados, fatores comuns ao nosso sistema tradicional de ensino).
  • A expectativa generalizada – cultural e institucional – de que todos apreciem as mesmas coisas e o despreparo para aceitar e lidar com o diferente. Um exemplo claro disso são as apresentações de dança em datas comemorativas, prática comum na maioria das escolas. Não é preciso que a criança esteja no espectro do autismo para manifestar aversão por eventos como esses. É comum vermos crianças chorando de forma excessiva, completamente desconfortáveis e angustiadas com a situação e, ainda assim, escola e pais forçam a criança a permanecer ali, mesmo que o discurso direto não seja esse quando afirmam que não obrigam a criança a nada. Podem dizer que a criança participa se quiser, mas o que existe, de fato, é uma forte expectativa social de que as crianças participem dessas atividades, e uma crença coletiva de que todas as crianças gostam disso, de forma que a identidade da criança em formação não encontre espaço para ser diferente e para expressar uma individualidade que não deseje participar desse tipo de evento. São momentos como esses que perpetuam o eterno ciclo de que a cultura massifica e oprime. O fator cultural se sobrepõe à individualidade, pois um pai ou mãe podem até querer tirar o filho daquela situação tão difícil pra ele, mas acabam, muitas vezes, acuados pela pressão do grupo quando pensam “Mas só eu vou tirar o meu filho da apresentação? O que é que vão pensar?” É sobre esse tipo de reflexão que se pauta a discussão de normalidade, cultura que vira norma e desrespeito pelo diferente. Se nossa sociedade fosse mais flexível e transparente, haveria considerável redução do sofrimento geral e muito menos estranhamento do comportamento de uma criança com Asperger.

Sobretudo, pessoas com Asperger são verdadeiros tesouros em nossa sociedade, pois são elas que nos ensinam que nem tudo serve para todos, que não existe um padrão em se tratando de ser humano, que precisamos desenvolver nossa percepção, sensibilidade e empatia para com a realidade do outro e que o conceito de normalidade é relativo e ilusório. São pessoas como elas que nos fazem repensar a cultura em que estamos inseridos, nos levando a rever e renovar nossos conceitos existenciais.

Escolas verdadeiramente inclusivas e que coloquem realmente em prática seus valores de construção do sujeito e expansão de horizontes para a vida, apreciarão a oportunidade e desafio enriquecedor de incluir uma criança com Asperger em seu sistema de ensino. Escolas que não aplicam na prática o que prega sua teoria, farão oposições, críticas e terão enorme dificuldade em oferecer um ambiente legítimo de inclusão.

Para aquelas instituições realmente dispostas a esse processo, não é incomum que descubram que certas adaptações feitas para a criança com Asperger acabam sendo, na verdade, úteis e apreciadas pelas outras crianças também, tornando o ambiente mais rico e acolhedor para todos. Como exemplo, adotar a postura de sinalizar previamente que haverá uma alteração ou encerramento de tarefa, fazer transições graduais ou promover mudanças que tornem o ambiente mais agradável (como eliminar poluição visual, adotar cores mais tranquilas nas paredes, colocar uma cortina que bloqueie melhor o sol, um ventilador ou ar-condicionado que auxilie nos dias mais quentes, utilizar almofadas para que as crianças se sentem no chão na hora da leitura de um livro ou para ouvirem uma história, são todas medidas que, embora muito importantes para a criança com Asperger, serão também bastante apreciadas por todos os colegas.

George T. Lynn, autor do livro THE ASPERGER PLUS CHILD, diz a seguinte frase: “Asperger […] children rock the boat. […] They provide all the disturbance that all systems need to renew themselves and survive.

Traduzindo: “Crianças com Asperger […] balançam o bote e agitam a água. […] Elas fornecem toda a movimentação que todos os sistemas precisam para se renovarem e sobreviverem.”

 

 

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