Amor e Síndrome de Asperger

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Introdução por Audrey Bueno

Um tema que costuma gerar muita dúvida e incompreensão é como relacionamentos amorosos se dão quando um dos parceiros (ou ambos, embora mais raro) é portador da síndrome de Asperger.

Há muitos relatos na mídia sobre as dificuldades existentes em relações com essa forma de peculiaridade, especialmente no tocante à expressão do afeto e à capacidade de empatia e consequente percepção da vida interna do outro. O problema nessas publicações é que são, em sua maioria, feitas por pessoas neurotípicas (quer sejam estudiosos ou parceiros afetivos), o que gera um viés nem sempre real e, portanto, por vezes injusto à situação. Como Aspies (termo amigavelmente usado para se referir aos portadores da síndrome de Asperger) são a minoria (cerca de 1-2%) num mundo repleto de neurotípicos, é natural que permaneçam incompreendidos e sejam julgados pela perspectiva de alguém que não sabe realmente como é ser portador da síndrome. Fala-se muito do quanto o parceiro com Asperger não consegue preencher as necessidades emocionais e psicológicas do parceiro neurotípico, mas nunca se pensa no contrário, ou seja, em como parceiros neurotípicos também têm dificuldade em preencher as necessidades do parceiro com Asperger.

Assim, para falar sobre como pessoas com Asperger vivenciam o amor, nada mais justificado do que conhecer a versão de um portador da síndrome e de como ele percebe uma relação a dois.

Para isso, o texto a seguir foi selecionado pelo fato do autor, um homem de meia idade e portador da síndrome de Asperger, ter conseguido externar de maneira bastante satisfatória e clara sua perspectiva acerca do tema. Ele não só mostra que Aspies são capazes de sentimentos intensos, como também que não costumam ter suas necessidades facilmente preenchidas por um parceiro neurotípico.

Há relatos de diferenças comportamentais entre homens e mulheres com a síndrome de Asperger. Embora o texto a seguir traga a versão de um homem com a síndrome, acredita-se que os aspectos centrais sejam válidos para ambos os gêneros. Para saber mais sobre mulheres com a síndrome de Asperger, acesse aqui.

Ao final do texto, há um comentário feito por uma das muitas pessoas que leram o artigo original (foram 369 comentários!) que mereceu ser preservado e compartilhado, dada a pertinência da colocação, além de, interessantemente, ter sido feito por alguém neurotípico, que fala justamente da necessidade de intersecção mental para que a emocional seja possível. Ou seja, ao que parece, a mente lógica e questionadora de alguém com Asperger precisará ser aceita, compreendida e acompanhada pelo parceiro sem Asperger para que a comunicação se estabeleça sem os solavancos e mal-entendidos que costumam minar a relação. Neurotípicos com alto QI costumam ser mais bem-sucedidos nesse aspecto, dada a similaridade de seus traços de personalidade e estilo mental com o perfil de um Aspie, uma vez que ambos são analíticos, questionadores,  lógicos e mais abertos a relacionamentos não condicionados aos padrões típico sociais.

A comunicação é um dos principais pilares em qualquer relacionamento, o que não seria diferente quer a síndrome de Asperger esteja ou não presente.

Por fim, vale a pena ler um pouco da história do autor, no final dessa publicação.

Nota: sugiro a leitura complementar de um outro artigo deste blog (Síndrome de Asperger (SA) ou Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN): qual o diagnóstico correto?), que oferece uma análise profissional-teórica feita por um dos maiores especialistas em Asperger da atualidade, o psicólogo britânico Tony Attwood, que traz uma versão um pouco diferente da encontrada neste artigo (pois aqui é expresso um relato a partir de experiências pessoais de um portador da síndrome), para que o próprio leitor possa comparar ambos os pontos de vista e mesclar as informações, decidindo por si mesmo com quais aspectos de ambas as exposições há maior identificação, uma vez que são variações possíveis. É importante ressaltar que a descrição do Sr. Tony Attwood, por ser profissional, tem como base um número maior de experiências através de casos acompanhados por ele, sendo possível que explicite grande parte – o que não significa a totalidade – das características e dificuldades comuns em relações com esses padrões. O artigo sugerido não trata especificamente de relacionamentos, mas oferece um subtítulo que trata do tema em: Impacto nas Relações Sociais > Relacionamentos Amorosos com Portadores da Síndrome de Asperger.

Especificamente em relação a homens com a síndrome de Asperger, sugiro, ainda, a leitura do seguinte artigo: O Lado Negativo da Síndrome de Asperger para os Homens.


Importante: o conteúdo a seguir não reflete integralmente a opinião da autora do blog,  não representa todas as pessoas com Asperger e não possui estudos científicos a respeito. O objetivo central desse post é compartilhar a experiência pessoal e percepção valiosa de uma pessoa com a síndrome de Asperger sobre o tema, além de promover a reflexão.

Os Aspies são capazes de amar?

Autor: Gavin Bollard 

Texto original em inglês aqui.

Tradução: Audrey Bueno

Embora a resposta para essa pergunta possa parecer simples, esta é uma pergunta recorrente com alarmante regularidade em fóruns sobre Asperger em todo lugar. Geralmente, é confundida com a habilidade do Aspie em encontrar um par ou o famoso problema de empatia dos Aspies – essas são coisas diferentes em si mesmas e que pretendo discutir em posts futuros.

Comportamento Emocional nos Aspies

Aspies são perfeitamente capazes de amar, mas geralmente confundem a questão ao adotar uma visão muito rígida do amor. Apesar da falsa crença popular, Aspies são seres geralmente bem emocionais. Nós temos sentimentos intensos de felicidade e sentimentos de tristeza ainda mais intensos. Os menores gatilhos podem produzir respostas emocionais imensas em nós. Enquanto um mau dia no trabalho pode tornar um neurotípico rabugento, isso poderia fazer um Aspie se sentir um suicida. Do mesmo modo, quando algo bom acontece, um Aspie pode parecer estar exagerando e se expressando de modo excessivamente feliz. A maioria dos Aspies adultos aprenderam a controlar as demonstrações excessivas de felicidade, que ainda é bem aparente em crianças com a síndrome, quando pulam, gritam ou cantam.

Aspies parecem categorizar o amor como um dos estados permanentes mais inalcançáveis de extrema felicidade direcionada a uma pessoa. Tal estado não é alcançável com todos os parceiros e não será sustentável por longos períodos.

Expectativas de Amor

Quando um Aspie que conseguiu experimentar o amor dessa maneira discute a questão do “o que é o amor” com seu parceiro neurotípico, eles podem tornar-se um tanto desapontados com a resposta. Para um neurotípico, o amor é mais sobre respeito, comprometimento e outros semi-tangíveis, enquanto um Aspie pode responder que é o sentimento que você tem quando vê o sorriso do parceiro e que ele lhe ilumina o rosto como quando o sol toca sua face. Para um neurotípico, isso é apenas poesia, mas para um Aspie, isso é a realidade.

A parte triste disso é que num relacionamento neurotípico/Aspie, uma vez que nenhum dos parceiros tenha a mesma visão do amor, eles darão um ao outro o que eles querem, em vez do que o parceiro precisa. Aspies não precisam de respeito inabalável e comprometimento, eles precisam de sorrisos e abraços. Claro, quando um Aspie cumprimenta/reassegura seu parceiro com um sorriso e um abraço em vez de promessas e beijos, os neurotípicos podem se ofender. O mesmo é verdade para parceiros neurotípicos que gritam ou fazem muita cara de reprovação.

Estando à Altura das Expectativas

Aspies que tenham estado apaixonados, mas que acabaram se separando de seu par, tornam-se geralmente tão fixados nos sentimentos do seu relacionamento anterior que eles não conseguem seguir em frente e não darão uma chance a ninguém que se aproxime deles. Eles podem declarar que seu parceiro anterior foi o único para eles e que só estão procurando alguém que seja ‘exatamente do mesmo jeito’.

Do mesmo modo, à medida em que relacionamentos mais longos tendem a esfriar, o Aspie pode confundir a perda da sensação de “constante euforia” com a perda do amor. Quando isso acontece, eles irão precisar de muita garantia de que ainda sejam amados. Isso é particularmente importante quando se tem o primeiro filho. Há muitos casos documentados que mostram como parceiros (maridos principalmente) se sentem jogados para fora do relacionamento com o nascimento de uma criança e consequente mudança de foco que se concentra nela. Para um Aspie, essa mudança de foco é ainda mais extrema.

Resumindo

Acho que o ponto principal desse post é que Aspies podem certamente dar e receber amor, mas que suas expectativas são geralmente muito altas ou muito focadas para permitir a eles serem apropriadamente receptivos. Também será preciso um tipo de neurotípico muito especial para dar a um Aspie o tipo de amor que ele precisa.


Comentários:

Adi disse…

Um ótimo artigo! Devo acrescentar que sempre fui profundamente apaixonada pelo cérebro maravilhoso do meu marido e acho que uma relação romântica de longo prazo provavelmente requer um parceiro neurotípico que também seja inquisidor e que possua uma mente que desafie os padrões vigentes que a maioria das pessoas aceita sem questionar.


O Autor Fala Sobre Si Mesmo

Sobre mim

Antes de 2006, eu não tinha ideia da existência de uma condição chamada Asperger, mas quando meu filho mais velho, que tinha 6 anos, foi diagnosticado com a síndrome, eu de repente entrei no ciclo de aprendizado a respeito. Quanto mais eu aprendia sobre isso, mas parecia que as características da síndrome se aplicavam quase mais a mim do que ao meu filho.

Eventualmente, após algumas dicas não tão sutis dos professores do meu filho, nós conversamos com um terapeuta sobre a suspeita de que eu também pudesse ser um “Aspie” e ele confirmou nossas suspeitas. A descoberta desencadeou uma revisão progressiva da minha vida sob a luz dessa nova informação e eu comecei um blog como forma de primeiramente estabelecer contato com outros com experiências similares às minhas e, em segundo lugar, explorar e promover o lado positivo de Asperger.

Alguns anos mais tarde, meu filho mais novo foi diagnosticado com autismo de alto funcionamento. Em minha busca para encontrar a diferença entre meus dois filhos, eu descobri que, fora o atraso de linguagem, que pode ser superado através de terapia fonoaudiológica, eles são clinicamente idênticos. Esse foi um ponto que levou especialistas a considerarem abandonar o nome Asperger em favor do termo mais abrangente de “espectro do autismo”.

Sobre este Blog (o do autor, Gavin Bollard)

O objetivo desse blog é descrever como é viver com a Síndrome de Asperger e focar nos aspectos positivos da condição em vez dos negativos. Esse blog é pessoal, não-médico, (razoavelmente) não-técnico e não afiliado a quaisquer organizações religiosas ou institucionais. A meta principal desse blog é aumentar a quantidade de informação em primeira mão sobre Asperger.


15 comentários sobre “Amor e Síndrome de Asperger

  1. Ontem levei meu pequeno passarinho em uma consulta com a Neuro Pediatra ela confirmou minha dúvidas sobre ele ser asperger. Juntamente com fono, psicologa e TO ela receitou para ele 0,25 de respiridona para controlar um pouco o nervoso, partiu meu coração.

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    • Não é uma jornada fácil, mas acompanhamento e, principalmente, você, como mãe, se informar o máximo possível sobre o quadro, ajudam muito no desenvolvimento da criança. Há muitos que, devido ao entendimento e adaptações da família e escola, alcançam um bom desenvolvimento e melhoram muitos dos sintomas. O controle de ansiedade é vital para dar a eles as melhores chances de desenvolvimento possíveis. A Risperidona pode ser importante para ajudar a controlar a agressividade e irritabilidade. Fique atenta aos efeitos colaterais, e se houver algo preocupante, informe a médica imediatamente para ver se é o caso continuar ou trocar de medicação. Não tenha medo do medicamento psiquiátrico, ele pode ajudar muito e costuma ser bastante necessário. Essa dose (0,25) é bem baixinha. Aqui no blog você encontra muita informação útil para compreender o seu filho, bem como textos direcionados à escola, que é um dos lugares mais difíceis na vida para uma criança com Asperger, de modo que é importante que você contribua para informar os professores sobre o quadro. No blog, há uma Lista de Manejo de Crianças com Asperger que costuma ser muito útil de ser passada para a professora. Boa sorte!

  2. Fui diagnosticado recentemente, aos 30 anos, quando procurei um psiquiatra para saber o que havia de errado comigo. O diagnóstico me deixou extremamente irritado, precisei passar por anos de frustrações e humilhações porque ninguém ao meu redor conseguiu detectar minha condição. O estrago está feito, hoje tento me manter vivo combatendo uma depressão severa. A melhor parte ocorreu após eu explicar a minha chefia a situação, se antes eu era visto como um esquisito digno de risos, agora me tratam como uma espécie de retardado.

    • As pessoas não sabem lidar com o que é diferente e são muito presas a padrões sociais de como todos devemos nos comportar, de modo que infelizmente é muito comum receber da sociedade frases, olhares e colocações pouco adequadas. No entanto, essas posturas tem mais a ver com as limitações dos outros do que com as nossas, ou seja, quanto mais preocupados com a opinião limitada e míope externa, maior o grau de depressão. Por serem as pessoas com autismo de alto funcionamento uma minoria pouco compreendida numa sociedade como a nossa, é inevitável que sejam alvo de preconceito e ataques, como acontece com qualquer minoria, dada a natureza predatória do ser humano, mas isso não significa que essas pessoas tenham razão do que fazem ou dizem, e em vez disso mostra apenas o quanto são ignorantes ainda. Os gênios da humanidade, por serem diferentes, sempre souberam muito bem como é essa retaliação social injusta, que os punia por verem além dos demais e por externarem abertamente sua repulsa por muitas das convenções sociais da época. Isso era como dizer aos outros que eles se esforçavam na vida por coisas banais, sem importância, o que, obviamente, os irritava ainda mais e aumentava ainda mais os ataques, afinal, as pessoas se doem quando dizemos a elas que aquilo pelo qual elas lutam tanto é algo sem importância. Autistas enxergam certas coisas em contraponto aos neurotípicos, e isso os incomoda. O senso lógico do autista expõe as contradições e ilusões das pessoas. Além disso, o fato de revelar um diagnóstico te dá uma certa liberdade de ser quem você é que também incomoda a maioria das pessoas que não se sentem livres para serem quem são. Compreendo muito bem o que é sentir depressão profunda e te digo: sentir-se livre para ser você mesmo e, quem sabe, encontrar uma pessoa que te compreenda mais e o ame como você é, ou mesmo participar de grupos de pessoas com características similares, pode trazer alívio da angústia existencial e sentimento de que ainda há coisas pelas quais vale a pena viver. Obrigada pelo comentário.

    • Tu não é retardado. Já parou para pensar o que é ser normal?
      Procure um especialista no assunto. Se ajude!
      Não lembre das pessoas que não te entenderam. Lembre que tu podes mudar toda a situação se aceitando. Eu tenho um filho que tem síndrome de Asperger diagnosticado aos 20 anos. Atualmente se aceitando
      As pessoas ditas”normais” são cruéis com elas mesmas e ignorantes. Perdoe!
      Tu és especial. Acredite.
      Procure ajuda e tu irá encontrar respostas para toda sua vida.

  3. Eu conheci um homem fabuloso, suspeito que ele seja aspie, é a pessoa mais incrível, mais amável e encantadora , porém ele está arredio, resistente em partir para um relacionamento amoroso!

    • Se ele realmente tiver Asperger, sugiro que você pesquise relatos de outras mulheres sobre relacionamentos com homens com Asperger antes de um maior envolvimento, pois esse tipo de relacionamento não costuma ser fácil para parceiros neurotípicos, ou seja, sem autismo. Pesquise também sobre o transtorno de personalidade narcisista, que é muito facilmente confundido com Asperger. O narcisista costuma ter mais habilidade de ser envolvente e sedutor do que um homem com Asperger geralmente teria, mas são potencialmente mais destrutivos num relacionamento e costumam deixar pra trás um histórico de sofrimento, desprezo e feridas emocionais imensas em seus ex-parceiros, nunca sendo capazes de estabelecer qualquer vínculo afetivo real, algo que o homem com Asperger já consegue até certo ponto, embora não nos padrões de demonstração de afeto e interesse que um neurotípico esperaria.

      • Estou namorando há 2 meses com um aspie. Mas estamos juntos há 4 meses.
        Ele é o homem mais incrível que já conheci. Eu realmente o amo e tenho feito terapia para melhorar a cada dia mais com ele. Porém, ele não está muito aberto a um tratamento terapêutico porque acredita que o que ele pensa é o certo desde sempre. E que a evolução seja essa. Tenho enfrentado dificuldades para me relacionar, eu sou emoção e ele sem expressão. Gosto de cores de alegria e ele gótico. Gosto de movimento e ele de cemitério. Quero muito dar certo com ele. Mas tem hora que acredito que as coisas se tornarão mais difíceis a cada dia que passa. Reconheço uma evolução dele e a minha. Mas o mais difícil é a posição de resistência quanto a empatia e dor de outras pessoas, o egocentrismo e o isolamento. Ele também fez vasectomia e não quer ter filhos, e eu sou louca por criança. É muito delicado mas espero que eu consiga.

  4. Premissa 01: Aspies são inteligentes, cartesianos, sinceros e racionais.

    Premissa 02: O amor requer que sejamos um pouco “tolos”, e também precisa que muita das vezes necessitemos fingir que não vemos as coisas como realmente são, e que nos desapeguemos de nossa racionalidade, o que nos levaria a uma “perturbação” da psiqué…

    Conclusão: Aspies tem dificuldade em sentir amor.

    • É verdade que a lógica esteja, geralmente, em posição contrária ao amor romântico e é inevitável que o Aspie tenha seus relacionamentos construídos nessa base. Porém, a racionalização excessiva pode não ser apenas produto da lógica, mas também de um mecanismo de defesa, possivelmente reforçado por decepções anteriores, e acontece em pessoas autistas e não-autistas. Obrigada pelo comentário.

  5. Boa noite! Tenho um filho com 27 anos, que tem. Síndrome de Asperger. Me sinto só, não sei como ajudá-lo. Morava em cidade de interior com poucos recursos. Gostaria que alguém me ajudasse. Meu filho é calmo, com quase todas as características, ele e muito só. Terminando a arquitetura na UFF este ano. Gostaria de encontrar alguém para me ajudar.

    • O ideal seria encontrar um(a) psicólogo(a) que entendesse da síndrome de Asperger. Não é uma busca fácil, pois ainda são poucos os profissionais que realmente entendem do quadro, por isso, antes de procurar um, seria interessante ler a respeito para melhor avaliar se o profissional entende, de fato. Você fala sobre ajuda para você, para que possa ajudá-lo. Talvez, nesse caso, você pudesse buscar esse tipo de profissional para você, para que ele te ajude a refletir sobre como melhor lidar com as questões do seu filho. Procurar um profissional para o seu filho seria somente se ele quisesse, nunca contra a vontade dele. Algumas pessoas com Asperger são mais dispostas a esse tipo de ajuda, mas muitas não são. É preciso respeitar o que ele deseja. Pressões nunca ajudam. Algumas pessoas com Asperger se sentem bem em sua solidão, e, às vezes, os pais sofrem mais com essa questão que o próprio filho. Mas cada caso é um caso e seria preciso compreender qual é o sentimento dele (se reclama de ser só ou não, se diz que gostaria de relacionar-se com alguém ou não). De qualquer forma, ler sobre a síndrome pode ser de grande valia. Um abraço.

  6. Eu me relacionei com um Asperger e é muito difícil a convivência. Eu sempre me dizia por dentro: não sei até quando vou conseguir suportar os comportamentos que nem ele mesmo entende, a depressão e as dificuldades constantes em me compreender. Hoje não tem mais como seguir. Cada um foi para o seu lado.

  7. Amar significa apostar todas as fichas sem necessariamente ser o vencedor, mas ter o prazer de participar do jogo ao invés de ficar de fora só olhando

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