Sobre a autora e este blog

Audrey Bueno

Meu nome é Audrey Bueno. Sou formada em Psicologia, especializada em Tradução da Língua Inglesa, com enfoque na tradução de textos nas áreas de Psicologia, Psiquiatria e Neurociências, especialmente sobre os temas de autismo, síndrome de Asperger e superdotação.

O objetivo desse blog é compartilhar informações úteis e confiáveis sobre a Síndrome de Asperger, eventualmente ampliando o tema para questões acerca de autismo de um modo geral e superdotação.

Embora muitos dos textos se refiram à síndrome de Asperger em crianças – pois é a fase da vida em que quase sempre ocorre o diagnóstico – , é importante destacar que esta não é uma síndrome “da infância”, e sim vitalícia. Portanto, muitas das informações acerca da criança com Asperger podem ajudar a compreender a realidade do adulto com Asperger (que um dia foi essa criança!), ou seja, o adulto sempre terá em suas características de base os mesmos déficits centrais observados na criança, embora certamente mais mascarados ou atenuados pelas estratégias de vida que o indivíduo foi capaz de desenvolver ao longo dos anos para lidar com suas dificuldades. Como as crianças, especialmente as mais novas, ainda não dispõem de tais recursos estratégicos internos, a gama de características da síndrome fica mais evidente.

A maior parte da informação disponível sobre a Síndrome de Asperger ainda não foi traduzida para o português, embora essa realidade venha mudando consideravelmente a cada ano, dada a maior divulgação do quadro na mídia e o aumento do número de casos de autismo dos últimos tempos. Assim, muitas famílias, escolas e profissionais que buscam informação fidedigna sobre o assunto acabam encontrando materiais equivocados ou perigosamente resumidos. Essa busca é ainda mais problemática online, já que apenas uma parte muito pequena da informação pode ser encontrada em português.

Por isso, decidi criar um espaço que permita concentrar informações das mais diversas fontes as quais já tive acesso, especialmente fontes internacionais, haja vista o avanço em pesquisas e conhecimento do assunto em comparação ao que já foi realizado até o momento no Brasil. Nesse espaço, pretendo compartilhar informação de forma mais aprofundada, para que mais pessoas possam se beneficiar de tais conhecimentos acerca das principais características, dificuldades e particularidades encontradas na síndrome de Asperger.

As traduções aqui encontradas são livres, ou seja, não oficiais. Não houve contratação de serviços de tradução e não recebi qualquer valor monetário para fazê-las. São a minha maneira de contribuir com a sociedade e com todos aqueles a quem a informação possa ajudar, garantindo que mais pessoas encontrem alívio para o seu sofrimento e angústias independentemente de seus recursos financeiros.

“São os autores que fazem as literaturas nacionais, mas são os tradutores que fazem a literatura universal”.

José Saramago

Assim, espero conseguir um maior entendimento e conscientização da população, promovendo a aceitação e inclusão, além de compartilhar dicas práticas que possam melhorar a vida dos portadores da síndrome de Asperger – e daqueles que fazem parte do seu círculo de convívio – nos mais diversos contextos em que adaptações se fazem necessárias, tais como no ambiente escolar ou profissional, nas idas ao médico, em festas, viagens, ao receber/fazer visitas e no convívio do lar.

Qualquer condição pouco conhecida pela sociedade gera sofrimento significativo para seus portadores e familiares, que acabam sendo alvo constante de críticas injustas, que só agravam o sofrimento familiar, quando o que mais precisam é justamente de apoio e compreensão. Sem isso, estas famílias tornam-se cada vez mais solitárias nessa jornada. Nós, humanos, somos uma grande família, e não podemos seguir viagem sem auxiliar aqueles que precisam. Os elefantes já sabem disso, e voltam para ajudar aqueles que andam com mais dificuldade ou que se acidentam durante o percurso, para que todos sigam juntos nesse longo caminho chamado ‘vida’.

Críticas injustas e achismos infundados infelizmente são companhias comuns àqueles que enfrentam as “patologias invisíveis”, nome que se dá aos transtornos que não possuem sinais óbvios, físicos ou aparentes. Nessa categoria estão inseridos diversos distúrbios de ordem neuropsiquiátrica, tais como Transtornos de Ansiedade (Síndrome do Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, dentre outros), Depressão, Transtornos do Humor (como é o caso do Transtorno Bipolar), Esquizofrenia ou um grau de Autismo equivalente à parte leve do espectro, como é o caso da Síndrome de Asperger e/ou o autismo de alto-funcionamento.

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O ser humano é altamente influenciado pelas aparências e pelo mundo concreto, material. Por isso, a tendência é que a maioria das pessoas não acredite naquilo que não consegue ver ou tocar, como é o caso dos transtornos da mente. Para dar conta da compreensão de tudo o que há em nosso mundo, é preciso que o indivíduo vá ampliando seu campo de reflexão e análise, e percebendo que muito do que nos cerca não é tão “visível” assim. Se pensarmos nos micróbios e bactérias, na energia elétrica ou no vento, por exemplo, temos exemplos de coisas muito reais, que impactam enormemente nossa realidade, mas que não são óbvias se quisermos percebê-las apenas utilizando nossos sentidos de visão e tato.

Assim, deixo aqui minhas sinceras boas-vindas e o desejo de poder levar informação a todos, afinal, um mundo melhor só é possível através do conhecimento que, por sua vez, permite às pessoas alcançarem a verdadeira empatia, que só ocorre quando nos empenhamos no exercício de nos colocarmos verdadeiramente no lugar do outro.

“O exercício real da empatia é a chave para pôr fim à guerra, fome, desigualdade, violência e preconceito. Se cada um de nós se esforçar nesse sentido, o mundo em que gostaríamos de viver pode se tornar o mundo em que vivemos de fato.”

Audrey Bueno

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