ATA – ESCALA DE AVALIAÇÃO DE TRAÇOS AUTÍSTICOS

A escala ATA (AVALIAÇÃO DE TRAÇOS AUTÍSTICOS) é um questionário utilizado por profissionais da área da saúde para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças, assim como a escala CARS (acesse a CARS aqui).

Costuma ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Sua utilização é fácil, de modo que possa ser preenchida também pelos próprios pais.

Vale lembrar, no entanto, que escalas de avaliação não substituem o diagnóstico formal feito por um profissional qualificado, geralmente um neurologista, um psiquiatra ou um neuropediatra, sendo ferramentas de apoio à investigação clínica.

Sua pontuação é feita da seguinte forma: são 23 subescalas, cujas pontuações variam de 0 a 2 cada, sendo “0” quando não há presença de qualquer dos comportamentos citados naquela subescala, “1” quando a criança apresenta apenas um dos vários subitens citados ou “2” quando apresentar dois ou mais subitens. O atingimento de 15 pontos sugere a presença de transtorno autista, sendo mais severo quanto maior for a pontuação.

Exemplo de preenchimento e pontuação:

I. INTERAÇÃO SOCIAL (= 2 pontos, pois dois itens ou mais foram assinalados nessa subescala)

1. Não sorri
2. Ausência de aproximações espontâneas     X
3. Não busca companhia      X
4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo)
5. Evita pessoas     X
6. É incapaz de manter um intercâmbio social (conversa com trocas, pergunta e resposta)
7. Isolamento intenso

II. AMBIENTE (= 1 ponto, pois somente um item foi assinalado nessa subescala)

1. Não responde às solicitações    X
2. Mudança repentina de humor
3. Mantém-se indiferente, sem expressão
4. Risos compulsivos
5. Birra e raiva frequente
6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar)

III. PESSOAS AO SEU REDOR (= zero pontos, porque nenhum item foi assinalado nessa subescala)

1. Utiliza-se do adulto como um objeto (por exemplo, levando a mão do adulto até o interruptor, para acender a luz)
2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo, faz a perna do adulto de ponte para o carrinho passar)
3. O adulto é essencialmente um meio para suprir uma necessidade (por exemplo, a aproximação tem o objetivo principal de pedir coisas)
4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta desse adulto (por exemplo, desliga a TV que o adulto esteja assistindo, ameaça quebrar algo, joga coisas no adulto, toma coisas da mão do adulto como pirraça)

Pode ser útil aos pais que desconfiam que seu filho ou filha esteja no espectro do autismo, e que pensam em buscar uma avaliação profissional, antecipar-se no preenchimento da escala, como parâmetro que os ajude a estimar a maior ou menor probabilidade de confirmarem suas suspeitas, e levar a escala preenchida à primeira consulta, para auxiliar o médico na investigação.

De qualquer modo, independentemente da pontuação obtida, se a criança apresentar qualquer dificuldade no seu desenvolvimento, em especial problemas com a fala, coordenação motora, aprendizado, andar na ponta dos pés, fixação em objetos ou assuntos específicos por período de tempo que pareça exagerado, comportamento repetitivo, choro excessivo ou dificuldades na interação social, é sempre recomendada uma avaliação profissional.

ATA – Autistic Traits Assessment (Avaliação de Traços Autistas)

 

Nome da criança:_______________________________________________________________________

Idade: _________

Data da aplicação: ____/____/____

Responda as questões de acordo com sua percepção sobre a criança. Marque um X sobre os comportamentos que você observa na criança.

I. INTERAÇÃO SOCIAL

1. Não sorri
2. Ausência de aproximações espontâneas
3. Não busca companhia
4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo)
5. Evita pessoas
6. É incapaz de manter um intercâmbio social (conversa com trocas, pergunta e resposta)
7. Isolamento intenso

II. AMBIENTE

1. Não responde às solicitações
2. Mudança repentina de humor
3. Mantém-se indiferente, sem expressão
4. Risos compulsivos
5. Birra e raiva frequente
6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar)

III. PESSOAS AO SEU REDOR

1. Utiliza-se do adulto como um objeto (por exemplo, levando a mão do adulto até o interruptor, para acender a luz)
2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo, faz a perna do adulto de ponte para o carrinho passar)
3. O adulto é essencialmente um meio para suprir uma necessidade (por exemplo, a aproximação tem o objetivo principal de pedir coisas)
4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta desse adulto (por exemplo, desliga a TV que o adulto esteja assistindo, ameaça quebrar algo, joga coisas no adulto, toma coisas da mão do adulto como pirraça)

IV. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS

1. Insistente em manter a rotina (por exemplo, prefere fazer sempre o mesmo passeio ou comer sempre a mesma coisa)
2. Grande relutância em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como mudanças de atividade, horário ou mobília
3. Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou atividade (por exemplo, brincar sempre do mesmo jeito)

V. BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA

1. Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-estabelecidos
2. Prende-se a uma ordenação espacial (cada coisa tem um lugar próprio rígido para ficar)
3. Prende-se a uma sequência temporal (por exemplo, só pode por a meia depois da blusa)
4. Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (por exemplo, a mesma pessoa precisa sentar sempre no mesmo lugar)

VI. CONTATO VISUAL

1. Desvia o olhar, não olhando nos olhos ou olhando sempre rapidamente
2. Olha para outra direção quando é chamado
3. Expressão do olhar vazio e sem vida (sem expressão de emoções, indiferente)
4. Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira intermitente (não contínua, ou seja, com pausas)
5. Fixa os objetos com um olhar periférico, não central (olhar de lado, com a cabeça um pouco virada e não de frente)
6. Dá a sensação de que não olha

VII. MÍMICA INEXPRESSIVA

1. Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a frequência esperada
2. Não mostra uma reação antecipatória (como um ‘suspense’ pelo que vai acontecer)
3. Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente
4. Imobilidade facial

VIII. DISTÚRBIOS DE SONO

1. Não quer ir dormir (relutância frequente, choro, birra, resistência intensa e prolongada)
2. Levanta-se muito cedo
3. Sono irregular (em intervalos)
4. Troca o dia pela noite
5. Dorme poucas horas

IX. ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO

1. Seletividade alimentar rígida (ex.: come o mesmo tipo de alimento sempre)
2. Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos)
3. Quando pequeno, não mastigava
4. Apresenta uma atividade ruminante (fica um tempo longo com a comida na boca, de um lado para o outro, antes de engolir)
5. Vômitos
6. Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira
7. Rituais (por exemplo, esfarelar alimentos antes da ingestão)
8. Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa)

X. CONTROLE DOS ESFÍNCTERES

1. Medo de sentar-se no vaso sanitário
2. Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto (por exemplo, ameaça fazer xixi no local errado de propósito)
3. Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de prazer
4. Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente

XI. EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR)

1. Morde e engole objetos não alimentares
2. Chupa e coloca as coisas na boca
3. Cheira tudo
4. Apalpa tudo, examina as superfícies com os dedos de forma minuciosa

XII. USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS

1. Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo
2. Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão
3. Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou gira)
4. Carrega insistentemente consigo determinado objeto
5. Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo
6. Coleciona objetos estranhos
7. Utiliza os objetos de forma particular (pouco usual) e inadequada

XIII. ATENÇÃO

1. Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo ou é incapaz de fixá-la
2. Age como se fosse surdo
3. Tempo de latência de resposta aumentado, entende as instruções com dificuldade.
4. Resposta retardada
5. Muitas vezes dá a sensação de ausência

XIV. AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM

1. Não quer aprender
2. Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste
3. Esquece rapidamente
4. Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer
5. Insiste constantemente em mudar de atividade

XV. FALTA DE INICIATIVA

1. É incapaz de ter iniciativa própria
2. Busca a comodidade
3. Passividade, falta de interesse
4. Lentidão
5. Prefere que outro faça o trabalho para ele

XVI. ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

1. Mutismo
2. Estereotipias vocais (fazer sempre os mesmos sons)
3. Entonação incorreta
4. Ecolalia imediata e/ou retardada (repetir palavras ou falas que acabou de ouvir, imediatamente ou algum tempo depois)
5. Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor comunicativo
6. Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões, sem nenhuma razão aparente
7. Não se comunica por gestos
8. As interações com o adulto nunca são um diálogo

XVII. NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS

1. Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza porque não quer, mesmo que solicitado
2. Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um interesse específico
3. Aprende coisas, porém somente as demonstra em determinados lugares e com determinadas pessoas
4. Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas

XVIII. REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO

1. Reações de desagrado intenso caso seja esquecida alguma coisa
2. Reações de desagrado intenso caso seja interrompida alguma atividade que goste
3. Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem
4. Reações de birra

XIX. RESPONSABILIDADES

1. Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja
2. Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou elevar o tom de voz

XX. HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE

A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e incontrolada, até grande passividade, com ausência total de resposta. Estes comportamentos não têm nenhuma finalidade.

1. A criança está constantemente em movimento
2. Mesmo estimulada, não se move
3. Barulhento, a maioria das coisas que faz geram ruído/barulho
4. Vai de um lugar a outro, sem parar
5. Fica pulando (saltando) no mesmo lugar
6. Não se move nunca do lugar onde está sentado

XXI. MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS

Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino.

1. Balança-se
2. Olha e brinca com as mãos e os dedos
3. Tapa os olhos e as orelhas
4. Dá pontapés
5. Faz caretas e movimentos estranhos com a face
6. Fica rodopiando ou rodando objetos
7. Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo movimentos estranhos
8. Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, posições estranhas, pernas dobradas, cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo

XXII. IGNORA O PERIGO

1. Não se dá conta do perigo
2. Sobe em todos os lugares
3. Parece insensível à dor

XXIII. APARECIMENTO DOS SINTOMAS ANTES DOS 36 MESES (DSM-IV)*

 

 

* Nota do blog: o último item da escala (XXIII) não possui subescalas/subitens e refere-se à visão geral dos sintomas assinalados no decorrer da escala. Se os sintomas assinalados nos itens anteriores já estavam presentes antes dos 3 anos (36 meses) de idade, marque 2 pontos para o item XXIII. Se apareceram depois dessa idade, não pontuar este item. 

20 comentários sobre “ATA – ESCALA DE AVALIAÇÃO DE TRAÇOS AUTÍSTICOS

  1. Pingback: CARS – ESCALA DE PONTUAÇÃO PARA AUTISMO NA INFÂNCIA | Síndrome de Asperger

  2. O meu teste deu neurodiverso 122 de 200 e neurotípico 111 de 200, atribuindo as duad características. Meu filho é autista, tem 5 anos, e vejo nele a mim mesmo. Parece que eu adivinho o que ele pensa, temos as mesmas manias. Na minha família há mais pessoas assim. Recebi o diagnóstico com 39 anos e hoje eu rememoro minha infância e vejo que o que eu pensava até hoje nao bate muito com o que as outras pessoas pensam. Minha mulher que percebeu a semelhança entre meu filho e eu, embora eu tb tenha percebido, mas achei pura coincidência. Agora me sinto mais recluso, sem a necessidade de estar perto das pessoas, inclusive da minha própria mulher. Hoje, meus livros e meu violão me bastam.

    • Sabendo das suas características, é importante analisar o que é possível ser feito para que você se sinta bem, e também para conseguir ter uma vida em família mais harmoniosa. Crianças e mães de crianças precisam muito do afeto do pai e marido. É claro que damos o que nos é possível dar, mas numa família temos sempre que tentar um meio termo entre os esforços. Se você se sente muito ansioso e recluso, isso pode ser indício de depressão. Medicações podem ajudá-lo a se sentir melhor e a conviver melhor também. Obrigada pelo comentário.

      • Dividir o tempo entre interesses pessoais e a atenção aos entes queridos: eis uma coisa que eu acho difícil até hoje! É difícil, mas muito importante, é algo a ser perseguido com afinco e reflexão.

    • Não há escalas similares de avaliações para adultos. Um dos motivos é que o adulto, por já ter desenvolvido recursos alternativos e estratégias de sobrevivência para lidar com suas dificuldades, acaba por mascarar diversos dos seus sintomas. Além disso, conforme o sistema nervoso se desenvolve ao longo da vida, alguns dos traços mais clássicos autistas não estarão mais presentes ou não terão a mesma intensidade que a observada na infância. Tudo isso é especialmente verdade quando trata-se de autismo leve (pois nos casos severos e moderados, os sintomas continuarão mas evidentes). Por exemplo, o adulto autista leve (funcional, sem prejuízo da fala ou cognição), poderá não mais apresentar certas estereotipias motoras ou vocais da infância, poderá ter aprendido a olhar melhor nos olhos, a resistência e dificuldade de aprendizado escolar já não será mais evidente por já ter passado pela fase escolar, dentre outras coisas. Assim, a avaliação de autismo em adultos deve ser feita por um profissional qualificado (geralmente um psiquiatra com conhecimento em autismo leve – um pouco difícil de encontrar, melhor buscar um por indicação ou algum que você tenha informação prévia sobre o tipo de conhecimento no currículo), que irá se basear no relato da história de vida e dificuldades da pessoa para chegar ao diagnóstico. Existem, no entanto, algumas ferramentas informais online (questionários e listas de traços) que, embora não tenham valor diagnóstico oficial, podem oferecer uma estimativa da chance da pessoa estar no espectro do autismo. Deixo a seguir dois links com os respectivos artigos que falam sobre isso. Um deles é específico sobre mulheres e o outro é para adultos independentemente do sexo. Obrigada pelo comentário e seja sempre bem-vinda ao blog.

      https://sindromedeasperger.blog/2018/01/19/diagnostico-de-autismo-depois-de-adulto/

      https://sindromedeasperger.blog/2017/10/02/lista-de-tracos-em-mulheres-com-a-sindrome-de-asperger-por-samantha-craft/

  3. Pingback: Psicoterapia em Pacientes com a Síndrome de Asperger | Síndrome de Asperger

  4. Meu filho tem 13 anos, aos 3 anos foi diagnoticado com asperger e tdah. Fez tratamento com fono, psicologia cognitiva, terapia comportamental até seus 9 anos. Por questões financeira parou e só agora está retornando. Já tentamos vários tipos de remedios para o tdah, mas nenhum conseguiu parar ele já não sabemos o que fazer para melhorar a qualidade de vida dele. É muito inteligente, carinhoso, conversa normalmente, mas no meio da conversa vem com um assunto que não tem nada a ver com o assunto. Gostaríamos de receber alguma orientarão sobre o assunto.

    Abraços,

    • Olá. A orientação que possa dar é tentar sempre buscar novos profissionais, se notar que não tem progresso com o atual, e na especialidade mais indicada. no caso, psiquiatria infantil, preferencialmente com um psiquiatra que entenda da síndrome de Asperger. O TDAH costuma estar presente em 60% dos casos em que há diagnóstico de Asperger. Além disso, é preciso ver com esse profissional mais especializado se medicação para TDAH é a mais indicada pra ele. Pode ser que esta medicação o esteja acelerando ainda mais, já que é um psico-estimulante. Você poderia ver com o médico se não seria o caso tentar uma outra linha de medicação, como a da classe reguladora de humor. Às vezes, essa agitação do seu filho pode ser ansiedade, causada também pela dificuldade de regulação do humor típica do autismo e, se for, um humor mais brando poderia aliviar todo o resto dos sintomas. Sugiro investir na busca de um profissional especialista em autismo na área de psiquiatria infantil e tentar regular a medicação dele primeiro, para depois pensar em terapias psicológicas, primeiro porque se o problema for na química do cérebro a terapia psicológica não vai resolver e segundo porque para que ele tenha um melhor aproveitamento de terapias psicológicas é preciso que o sistema neuroquímico do cérebro dele esteja mais bem ajustado. Se for buscar um novo profissional para o seu filho, dê preferência a algum por indicação. Espero ter ajudado. Um abraço.

  5. Tenho um filho que aos 3 anos, a fonoaudiologa apontou traços de Autismo como responsável pelo atraso da fala, então fizemos uma avaliação com neuropsicologa onde ela informa que deu 5 na escala ATA para autismo, deu tbm TDAH e TOD, estou tão perdida, qual seria o nível de autismo dele, seria Asperger? É possível a criança ter os três transtornos juntos?

  6. Pingback: Psicoterapia em Pacientes com a Síndrome de Asperger – Acordo Coletivo: Cidadania

  7. Olá Bom dia. Meu filho passou com a Neuropsicologa, e dos quatro testes ATA, AQ-10 CARS ASQ, deu indicativo para TEA no ATA. Comportamento adaptativo: habilidades de desempenhar tarefas cotidianas, habilidades que envolvem autonomia pessoal e social, percepção sensorial e manutenção de relacionamentos e comunicações. – Paciente apresentou “atraso” neste domínio. Será que com isso é confirmado que ele é autista? Fez encaminhamento para Fono, Psicologo e psicopedagoga

    • Olá, Ana Claudia! As escalas de avaliação de traços de autismo, como a ATA e a CARS, são ferramentas de auxílio no diagnóstico, levantando – ou não – uma primeira suspeita. Porém, a confirmação diagnóstica só pode ser dada por um profissional com CRM, ou seja, formado em medicina. A especialidade médica de preferência para avaliação e obtenção do diagnóstico de autismo é a psiquiatria, ou seja, para confirmar se seu filho é autista, você precisará procurar um psiquiatra infantil. Tente encontrar um por indicação, pois mesmo os psiquiatras, que são os profissionais mais indicados para esse tipo de diagnóstico, não são todos eles conhecedores do quadro, ainda mais se for autismo leve, que é sempre mais difícil de diagnosticar, requerendo um conhecimento mais especializado do profissional. Como segunda alternativa, um neurologista seria o outro profissional que poderia fornecer um diagnóstico, mas há ainda menos neurologistas especializados em autismo que psiquiatras, de modo que, novamente, tente sempre encontrar indicações para minimizar o risco de passar com profissionais que não entendem do quadro e podem dizer coisas incorretas, não perceber casos mais leves de autismo ou até fornecer diagnósticos completamente equivocados. Não deveria ser assim, mas essa é a realidade em se tratando de autismo, que ainda é bastante incompreendido pelos profissionais de saúde mental. Então, é preciso paciência e, às vezes, persistência na busca de uma segunda ou terceira opinião médica.
      Psicólogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos ou psicopedagogos costumam atuar mais no tratamento, e não no diagnóstico, pois não podem fornecer diagnóstico oficial de autismo, já que não são médicos. O que estes profissionais fazem é averiguar se faz sentido a suspeita e se há, portanto, a necessidade de encaminhar a criança para um psiquiatra ou neurologista, mas a avaliação destes profissionais não é central para o diagnóstico, já que o psiquiatra que conheça autismo em crianças é quem dará a palavra final e será responsável por “bater o martelo”, ou seja, pela avaliação principal. Por isso, talvez o caminho inverso seja mais econômico, rápido e certeiro: procurar avaliação de um psiquiatra infantil que conheça autismo e seguir as orientações dele sobre quais outros profissionais precisariam ser procurados para tratamento depois, após confirmação diagnóstica. 😉 Obrigada pelo comentário e seja sempre bem-vinda ao blog.

      • Nao concordo que seja o psiquiatra a bater o martelo. Pois, nem todo Psiquatra tem expertise em autismo. Seria interessante encaminhar a um neuropediatra que tenha expertise em autismo.

      • Na verdade, Leila, seja um psiquiatra, seja um neuropediatra, a realidade é que é muito difícil encontrar um profissional com expertise em autismo. O que acontece é que o psiquiatra costuma ter uma chance um pouco maior de fazer um diagnóstico correto porque ele tem uma compreensão mais abrangente acerca de transtornos relacionados à mente, o que o ajuda a diferenciar o autismo de outros transtornos que afetam o comportamento e o pensamento, cujos sintomas podem assemelhar-se ao autismo. Já o neuropediatra costuma ser menos treinado em relação a isso, tanto que existe um número maior de relatos de diagnósticos incorretos ou de não identificação do autismo por neuropediatras do que por psiquiatras. De qualquer modo, sem dúvida, é importante o empenho em buscar um profissional que tenha conhecimento específico sobre autismo, pois apenas as formações convencionais em neuropediatria ou psiquiatria não garantem que o profissional esteja realmente capacitado para fazer uma avaliação diagnóstica de autismo.

    • André S.F., ambas as escalas de avaliação (ATA e CARS) foram criadas com base na informação oferecida pelas edições de DSM das épocas, em que foram desenvolvidas, anteriormente ao DSM-V, somadas a conhecimento clínico de profissionais de saúde mental e pesquisadores diferentes épocas. A ATA foi desenvolvida com base no DSM-III. Num estudo, a CARS chegou a ter 100% de correlação com o DSM-IV. Atualmente, considera-se a validade de ambas as escalas acima de 92%. Apesar das atualizações no DSM-V, as escalas continuaram válidas e bastante correlacionadas. Espero ter ajudado. Obrigada pelo comentário.

  8. Pingback: Síndrome de Asperger: diagnóstico, tratamento e mais além | Síndrome de Asperger

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