O cérebro autista parece ter um sistema límbico (responsável pelo aprendizado, memória, emoção, comportamento) mais imaturo, como se pertencesse a uma pessoa mais jovem, e a região cerebelar tem menos células que o esperado; esta anormalidade pode ser responsável pelo déficit de atenção, modulação sensorial, motora e comportamental comumente presentes no espectro do autismo.
Há um vídeo (em inglês) que fala sobre descobertas recentes, feitas por técnicas avançadas de imagens que a ciência só agora começa a ter acesso, que refutam a hipótese de que fatores emocionais e psicológicos pudessem ser a causa do transtorno. Estas descobertas apresentam evidências de diferença na estrutura cerebral de pessoas com a Síndrome de Asperger, que ocorre ainda durante a formação embrionária, comprovando o fator biológico causal.
Entretanto, o cérebro humano é bastante flexível e adaptável, principalmente nos primeiros anos da infância, e intervenções geralmente têm um efeito muito positivo no desenvolvimento de crianças que estejam no espectro do autismo, auxiliando significativamente seu desenvolvimento e ampliando continuamente seu funcionamento, inclusive pelo próprio amadurecimento natural do cérebro.
As imagens abaixo comparam a forma com que o cérebro autista é ativado em relação ao cérebro neurotípico (sem autismo). O cérebro da esquerda (o que tem mais cores) é de Temple Grandin, uma mulher com autismo de alto-funcionamento, que ficou famosa por se tornar uma autoridade em zootecnia.
Síndrome de Asperger: Cérebro Autista (esquerda) e Cérebro Neurotípico/Sem Autismo (direita). Crédito de Imagem: Jason Wolff, University of North Carolina. Fonte
Original info: Síndrome de Asperger: Autistic brain (left) and Neurotypical brain (right). Credit: Image created by Jason Wolff, University of North Carolina.
“Essa evidência, que implica múltiplos caminhos de fibras, sugere que o autismo seja um fenômeno que ocorre em todo o cérebro, não isolado a nenhuma região em particular.” Wolff
A imagem a seguir mostra uma comparação entre as habilidades de compreensão visual e auditiva dos estímulos do ambiente em indivíduos com e sem Asperger.
O cérebro da esquerda pertence a um indivíduo cujo funcionamento é típico, ou seja, sem Asperger. Observa-se que as capacidades visual e auditiva desse cérebro são desenvolvidas mais ou menos na mesma proporção. Porém, quando comparamos este cérebro a um outro com Asperger (figura da direita), percebemos que a área de processamento visual (em rosa) é muito mais desenvolvida e a área de processamento do que se ouve (em azul).
No quadro da figura, a explicação do que isso significa é feita da seguinte forma: o cérebro típico (“normal”) é 10 vezes mais hábil em processar o que escuta, enquanto o cérebro com Asperger é 10 vezes mais hábil em processar o que vê.
Por isso, Temple Grandin sempre repetiu uma excelente frase dita por sua mãe: “Different, not less.” (“Diferente, não menos.”)
Dica – Sobre Grandin, vale a pena conferir o filme: TEMPLE GRANDIN
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